quinta-feira, 12 de junho de 2014

Desabafo & Planos '-'

Não sei como as coisas na minha vida acontecem, eu sei que as coisas tomam um curso que eu não posso mudar e outras eu posso, mais há coisas que eu realmente eu não sei como acontecem, coisas ruins, pessoas ruins. Porque conhece -las? Porque me permitir estar na presença de seres como esses? Esse sentimento é um dos piores, parece fome, mais não dá vontade de comer, dá vontade de sumir, de não existir, é tão insuportável que eu vomitaria tudo o que comi hoje no almoço se eu fosse igual. Se eu imaginar como seria ser igual.



 Eu tinha que não ter feito a inscrição para o ENEM desse ano, agora terei que esperar o ano que vem para fazer o ENEM, para só em 2016 cursar uma faculdade com metade de desconto, isso não é de todo um mal, pois eu vou poder usar o tempo até lá para estudar, ler mais livros, aperfeiçoar meus desenhos com cursos & fazer a Família Guacuri acontecer.



 O problema é o lugar aonde eu moro, as pessoas com quem eu moro, o marido da minha madrinha. Preciso relembrar de toda a história, quem sabe eu ache aonde, ou que foi que aconteceu de errado para eu estar sentindo essa merda de sentimento que me persegue, independente do quão fundo o meu corpo afunde nas águas da paz eu sou puxado pela corda do ódio para a superfície. Sim, eu o odeio.



 Tudo começou com uma briga, eu não sei o que aconteceu, eu era tão jovem, tão cheio de vida reprimida. Tinha uns 15 anos. Ela, minha madrinha, veio pra cima de mim ( eu não me lembro perfeitamente como começou, mais prefiro imaginar que foi assim ) e eu, para puramente me defender coloquei o cotovelo em posição de defesa, sim, agora me lembro, foi em posição de defesa, atingindo o seu olho, que imediatamente adotara uma coloração berinjela. Me senti tão culpado, eu não queria ferir a única pessoa que estava do meu lado cuidando de mim, me abrigando em sua casa, mesmo essa pessoa me ferindo com palavras subindo o nível de barbaria querendo me bater.



 Isso acabou aproximando os dois. Eu tenho certeza, porque foi como a chuva que vem de surpresa, ele veio sem pedir licença. Meu coração ficou nublado e questionador do amor que a minha madrinha tinha por mim. Ocasiões não faltaram para me alertar do que aconteceria no futuro, ele estava sentindo o terreno, conhecendo a minha família, rastejando como uma cobra entre os novos caminhos que escolheu visando o que estava além da minha imaginação, ó inocente criança, porque não comprou um guarda chuva ao invés de ir para baixo de uma árvore, pensando em se safar da chuva eu levei mil trovões na cabeça.



 Pra começo de conversa eu nunca o aceitei, não saber lidar comigo é um problema que desde a infância alguns familiares mais próximos tem, sempre fui muito criativo, curioso e cheio de energia, as vezes invasivo e sem educação. Porque eu era sozinho, ainda continuo sozinho, mais e amo a minha solidão agora, eu estou na companhia dos livros. Minha Madrinha já me agredia verbalmente naquela época, me ameaçando me mandar embora, mais o que aconteceu foi obra dele, João Edson Passarin se mostrou mais sujo que João Francisco. Os dois homens que eu vivo pra ver morrer e sorrir. Quando acontecer, eu juro, vou comemorar. O fato de eu não aceitar os dois desde que os conheci vem da diferença de interesses, de personalidades e o que quer que seja. Eu não vou com a cara. Mais a acentuada raiva que eu sentia no começo era coisa de criança, eu admito, com o tempo eu soube administrar isso, hoje administro super bem.  Aquela foi uma noite de lua de sangue.



Eu não me lembro o motivo, eu sei que ela não falou com jeitinho comigo, e eu não recebia um abraço ou qualquer palavra de incentivo há muito tempo, quando se é jovem e não se tem o que antes sobrava na infância, o espaço vazio precisa ser preenchido. Eu preenchi o momento de ira, descontrole e desabafei. Na minha infância eu tinha a minha avó que me mimava, me lembro de dormir pegando na sua mão para rezar, e ela me perguntava '' E quando eu morrer? Você vai pegar a mãe de quem? '' eu dizia : '' Eu vou pegar a sua mão no caixão '' Ela morreu e eu não peguei na mão de ninguém. Quando ele chegou, o que eu não tinha, que era a atenção carinhosa da minha Madrinha, que era rara sumiu de vez, para não voltar, não de forma natural. Eu comecei quebrando as coisas e gritando, fazendo uma cena, espalhando tudo, destruindo, eu queria destruí-lo mais não podia, não tinha forças, decidi destruir a casa.





 Ele chegou e começou a me agredir fisicamente, ela me segurou, e eu distribui pontapés e socos para todos os lados. Foi tão humilhante. E o pior está por vir : ele chamou a polícia, ele queria me ver na cadeia e tinha a oportunidade nas mãos para me afastar definitivamente. O policial disse '' O que está acontecendo jovem? Você usou drogas? '' eu respondi '' Não senhor '' eu disse erguendo os punhos para ser preso. Eu era uma criança como ele pôde? Eu nunca vou perdoa - lo por isso, que Deus o perdoe, eu peço, eu jamais vou conseguir. Passarin sempre quis se livrar de mim. Não me lembro quando, mais fomos felizes juntos, nós três como uma família, brigamos outras vezes, nos batemos outras também, mais dessa vez ele se superou. E vou odia-lo até o final.

 

As burrices que eu faço eu admito que eu faço pensando que estou fazendo o certo, confiando nas pessoas, eu sou ingênuo demais, sempre fui, o meu avô ser distante e não me ensinar as coisas do mundo desde pequeno não ajudou, o meu pai, nem vou mais falar dele. Voltei a morar com eles depois do episódio, depois de ter morando com a minha mãe e o meu padrasto João que dizia : '' Tens que trabalhar na minha padaria para pagar a comida e a dormida aqui '' porque não aguentei? Porque eu não aguento sempre?






 Ela engravidou dele e perdeu, depois ficou com câncer, ele me culpou dizendo que a culpa era minha porque eu a assustei. Esse cara é tão sujo que eu tenho nojo dele. Depois disso eu fui morar com a minha mãe, não me lembro se ele chamou a polícia para mim, mais eu fui embora para  lá com a dupla apaixonada entrando em um consenso. Durante a recuperação da doença ele se manteve por perto, distorcendo a mente da sua 'amada', os remédios devem ter feito a sua parte, porque a parte psicológica foi drasticamente afetada. Eles se batizaram, viraram crentes. Decidiram me perdoar e fazer contato comigo. Justamente comigo.





 

Porque?